Eu estou, por signo (caranguejo) ligado à água, e é verdade que eu gosto muito da água, sinto enormes necessidades em vários períodos da minha vida, de estar à beira mar, transmite-me força e a calma que tantas vezes preciso, ora, mas todos sabem que a água “não se deixa apanhar” ou seja, é difícil, para não dizer impossível, com uma mão agarrar um “punhado de água” pois é, ela escapa-se sempre por entre os dedos e com quanta mais força a apertamos mais depressa ela se escapa, por vezes na vida e nas mais variadas situações isso nos aconteceu, pretendemos agarrar a nossa “água” e ela escapou-se, “que se f…”, dizem uns, e quando isto acontece eu lembro-me sempre da fábula da raposa “…estão verdes, diz ela…”, “foi pena, mas mais oportunidades virão”, dizem outros, a verdade é que na maioria das vezes a oportunidade não voltou, e às vezes eu fico a pensar, que fui burro (se calhar ainda o sou), mas também penso que se calhar a vida é assim para todos nós, e tudo isto só para dizer que gosto muito desta foto que eu tirei em Vila do Conde, onde estão juntos o aço e a água, a água foge-nos, o aço é mais fácil agarrar, mas a água não o consegue transpor (penetrar, podia-vos levar para a brejeirice), eu sou um misto dos dois, fujo tantas vezes para não me agarrarem e mesmo quando me sinto muito só, não deixo que transponham (penetrar, aqui ainda ficava pior, isso não, nunca) no “eu”, eu até queria mas sinto-me invadido, sou demasiado individualista (olha, outro defeito meu), como diz o meu amigo Jorge Palma, eu sou daqueles “como quem por ter medo da desilusão, não ama”,” como quem por ter medo da foz o rio condena”. Há dias assim, ao menos espero que gostem da foto, não foi fácil “congelar” a água para ficar na foto, a máquina e a paciência ajudaram.